Vida sustentável? Depende de todos nós, humanidade.

Paula Isabele, do www.boavontade.com

 

            Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), o aquecimento global observado nos últimos 50 anos se deve em grande parte a ações humanas. Mesmo sendo um assunto tão difundido, poucos se preocupam em reciclar o lixo doméstico, ter um modo de vida sustentável ou até mesmo cumprir obrigações coletivas, como economizar água.


            Por isso, propomos a você, leitor, algumas questões: Por que nossas ações, mesmo parecendo inofensivas e mínimas, provocam desastres de proporções ambientais gigantescas? Qual a nossa relação com a Natureza e como ela deveria ser? Você já parou para pensar nisso?

 

            Atualmente, a maioria dos problemas relacionados de alguma forma com o meio ambiente é consequência direta da intervenção humana no planeta e em seus ecossistemas, comprometendo não só a vida das espécies animais e vegetais que nele habitam, mas também a existência dos próprios causadores dessas catástrofes e destruições: os Seres Humanos.

 

            A exploração predatória de recursos da Natureza, a ocupação desenfreada de áreas naturais, a poluição e a contaminação dos rios, mares e oceanos são alguns dos fatores que resultam em grande desequilíbrio ecológico. Não se pode esquecer que o Ser Humano depende da Natureza para viver; agir sem levar em conta a sustentabilidade do planeta não é mais uma opção válida.

 

            Afirma o jornalista e escritor José de Paiva Netto, em artigo intitulado: "Cuidado estamos respirando a morte":

 

            As questões são múltiplas, mas esta é gravíssima: estamos respirando a morte. Encontramo-nos diante de um tipo de progresso que, ao mesmo tempo, espalha ruína. A nossa própria. Comprova-se a precisão urgente de ampliar em largo espectro a consciência ecológica do povo, antes que a queda de sua qualidade de vida seja irreversível. Este tem sido o desafio enfrentado por vários idealistas pragmáticos.

 

            A adoção de uma política ambiental mais eficiente, com leis mais rigorosas, monitoramento ambiental adequado e permanente, fiscalização, incentivos fiscais a empresas e maiores investimentos em pesquisas de solução ecologicamente sustentável para os problemas ambientais são algumas das alternativas viáveis para conter os danos causados ao meio ambiente.

 

            Entretanto, para que o impacto das transformações sejam completos e efetivos é preciso considerar o que registrou Paiva Netto no livro: Reflexões e Pensamentos — Dialética da Boa Vontade (1987):

 

           Quantas leis sejam feitas, tantas maneiras o ser humano encontrará de fraudá-las, enquanto não entender que temos solidários compromissos uns para com os outros. Isso é exercer a cidadania. É fortalecer as comunidades. Não há departamentos estanques no mundo, principalmente agora, na era da rapidez das comunicações e da constante ameaça nuclear.

 

            Para que os danos ambientais, gerados até aqui, não criem ainda maiores consequências, é indispensável desenvolver a educação com espiritualidade ecumênica, de forma a conscientizar a sociedade a agir com solidariedade e, com isso, obter sua participação ambiental mais ativa e fraterna. 


            A cada ação imprudente, um pouco do planeta se finda, como bem afirma o dirigente das IBV:

 

            "Nós nunca fomos contrários ao progresso, mas condenamos a poluição dos mananciais, a derrubada das florestas, o emporcalhamento dos campos, a poluição das praias e todas as agressões ao meio ambiente. Porque entendemos que a destruição da Natureza é a extinção da Raça Humana, pois a todo momento, em todas as partes do mundo, o Ser Humano, na ânsia de enriquecer a qualquer preço, cava a própria sepultura".