*Juliano de Carvalho Bento, físico e professor
"(...) O Apocalipse não está, como nunca esteve, aprisionado dentro de qualquer tipo de fronteira, porquanto, sendo Profecia de Deus, tem a amplitude Dele mesmo, que, nesse livro, fala a todos os extratos do pensamento humano, sublimando-o. Por isso, necessário se faz que saibamos ler o seu recado moral, com o do Evangelho. Sobre estes se encontram firmadas as bases das civilizações vindouras, passe o tempo que passar.
"Quando o seu brado de previsões estiver consumado, restarão, imanentes ao seu texto, normas antes impensáveis da forma pela qual Deus soberanamente governa, não apenas a Terra, mas todo o Universo. É uma mecânica extraordinária que os religiosos intuem e que os cientistas vão revelando". Paiva Netto em seu livro "As Profecias sem Mistério", pp. 46 e 47, edição pocket (revista e ampliada pelo autor).
Rasgando o véu da ignorância construído pelos falsos profetas – com seus calendários humanos cheios de interpretações equivocadas e menos dignas, visando conquistar lucro e poder – com o instrumental da Palavra de Deus, estudada e vivida em espírito e verdade à luz do Mandamento Novo de Cristo Jesus: "João, 13: 34,35 e 15: 12a17 e 9", e sob o prisma da Ciência Divina, TODOS OS MISTÉRIOS CAEM POR TERRA, quando estudamos as teorias sobre a evolução do Universo no espaço-tempo(1) observamos uma recorrência muito intrigante: NADA APARENTA ser eterno.
Observem que a primeira galáxia criada já não deve mais existir, a primeira estrela deve ter dado seu último raio de luz há alguns bilhões de anos, buracos negros podem se evaporar e até o próton, subpartícula que forma o átomo, possui uma taxa de decaimento com o tempo.
Pensar no fim das coisas é sempre um exercício bom ou ruim para a pessoa que o faz:
– Bom quando se entende que depois do fim de um estudo ou trabalho árduo, surge uma nova fase a qual você almejava.
– Ruim quando pensamos que não existe um recomeço para aquilo que se finda. E um dos exemplos clássicos para isso é quando pensamos na morte, visto que, ao contrário dos milhares de milhões de anos na escala universal, vivemos no máximo um tempo restrito a algumas dezenas de anos.
Carl Sagan, astrofísico americano, recorrentemente em suas palestras, livros e séries de TV, exemplificava que se comprimíssemos o tempo de existência do Universo num calendário cósmico, subdividindo em dias, semanas e meses, o Ser Humano teria surgido apenas nos últimos segundos do dia 31 de dezembro! E aqui, completo eu, não falo do tempo de vida de uma pessoa, mas de toda a nossa história humana.
Além disso, nem a matéria que nos constitui foi formada especialmente (do ponto de vista material) para nossos corpos. Os átomos de seus olhos, pele, coração, cérebro e qualquer outra parte que o forma ou a forma nesse instante, foram originados em estrelas de galáxias muito distantes que não mais existem.
Somos o passado universal renovado e vivo. Nisso reside uma peculiaridade do Ser Humano: Sempre analisamos o Universo como algo alheio a nós, contido nas estrelas, sendo que na realidade somos frutos desse próprio Universo e merecemos o respeito e apreço científico como qualquer outra entidade cósmica.
Tanto é assim que a ciência busca cumprir esse papel com seus ramos do saber na geologia, biologia, medicina, psicologia, em todas as ciências humanas e assim por diante. Todavia, algo sempre escapa.
Primeiramente, não podemos negligenciar a nossa própria fisiologia na nossa análise. Como temos um tempo de existência finito, materialmente falando, acreditamos e incluímos essa característica em tudo o que nos cerca, buscando sempre a finitude das coisas.
Já se tivéssemos o organismo fisiológico de uma fênix(2), por exemplo, veríamos que, na realidade, o mesmo Universo seria um mar de fins e recomeços imediatos. E ainda, se fossemos eternos, compreenderíamos o universo e o teorizaríamos como sendo infinito, em termos da conservação da energia talvez.
Contudo, voltando a nossa interpretação usual do ponto de vista científico, podemos entender que existem diversos "finais de mundo", desde o cosmos per se, até o fim do indivíduo enquanto encarnado.
Planetas, estrelas e galáxias estão sendo criados nesse instante, enquanto diversos outros corpos celestes estão chegando ao seu derradeiro fim. Isso pode ser encarado como uma renovação (conservação do ponto de vista físico).
No entanto, se analisarmos nosso Planeta, ainda temos em conta alguns bilhões de anos de existência até o Sol extinguir seu reservatório de hidrogênio, e, com isso, iniciar uma série de eventos que culminará na extinção física de nosso orbe.
Então, pode indagar o prezado leitor, por que falar em fim do mundo agora? Notemos que até esse momento falamos de um Universo praticamente estático, em que nada de novo ocorre. E isso não é o correto. Nem sempre os fins do mundo vêm por causas rotineiras no sentido em que tratamos até agora. Existem aquelas circunstâncias que poderiam proporcionar UM fim de mundo, pelo menos para nós Seres Humanos.
Isso se deve a diversos fatores, mas, só para ilustrar, pensemos em algo que já ocasionou muita destruição ou um remodelamento no planeta que é a colisão de asteroides, meteoros ou qualquer corpo de certa magnitude oriundos do espaço.
Mesmo assim não seria necessário algo grande colidindo com a Terra para acabar com a espécie humana. Um objeto com alguns quilômetros, já seria suficiente para acabar com muita coisa.
E se você pensa que isso é muito difícil de ocorrer, observe a lua. Basta ver suas enormes crateras a olho nu(3). Em julho de 2009, um grande asteroide colidiu com Júpiter, sendo inclusive filmado pelo telescópio espacial Hubble. Como podemos observar, esses tipos de variações nem sempre previsíveis podem determinar o fim em muitos sentidos.
Tudo isso foi dito para ilustrar o quanto devemos ser humildes em reconhecer a questão do fim como algo previsto no "dia a dia" universal. Mas, então, estamos fadados ao nada.
Não, pois o Nada é o Tudo, como afirma o escritor Paiva Netto em seu artigo homônimo. E ressalta o escritor:
“O pretenso Nada (que é o Tudo) traduz a imortalidade do incontável número de seres etéreos que habitam o Universo e não surgem aos olhos inquiridores de um orbe ainda palco de dúvidas deprimentes.
“Chegou a hora de a criatura humana resgatar a si mesma do cruel destino ao qual se vem condenando e de livrar a consciência dos males constantes por causa da ignorância dos assuntos espirituais.
“Deus não é registrado pela visão física, mas existe e age. Como na forma exposta por Zarur no seu Poema do Deus Divino: O Deus que é a Perfeição, e que ora eu tento/ Cantar em versos de sinceridade,/ Eu nunca O vi, como em nenhum momento/ Vi eu o vento ou a eletricidade. (...)
“Na verdade, não há nada mais repleto, para a visão espiritual do Ser, do que o espaço vazio. Matéria também é espírito, já afirmei em carta ao meu filho José Eduardo, quando, no início da década de 1990, ele estudava regência na Bulgária”.
Podemos observar que analisamos até aqui somente a parcela material do que entendemos ser esse cosmos, sendo isso algo perigoso, pois como afirma o fundador da Academia Jesus, o Cristo Ecumênico, estamos negligenciando a nossa real natureza e de todos aqueles seres invisíveis que, momentaneamente, não são mensurados.
Sempre negligenciado como uma questão desprovida de interesse científico e até filosófico, a intuição (insights, visão e tantos outros nomes que damos para isso) concede ao Ser Humano que busca saber, um sentido maior de como entender as Leis que regem o todo.
E a intuição nos revela que deve existir algo além da carne que nos concede a vida. Algo que demonstra o motivo dos mundos existirem. Algo que, enfim, mostra o motivo do Universo ser. E essa entidade é o Espírito.
Mas, o que é Espírito? Podemos começar a partir da premissa que Deus é Espírito, conforme afirmou o Cristo Ecumênico junto ao poço de Jacó à mulher samaritana (Evangelho segundo João, 4:24). Assim sendo, podemos entender que o Universo é mais espiritual que outra coisa visto que o seu criador é Espírito.
Além disso, Jesus afirmou que Deus é Amor (Primeira Epístola de João, 4:8), portanto, o Pai Eterno não nos criaria para o fatídico nada. Concederia formas de nos ajudar a evoluir nesse imenso Universo que a física começa a afirmar ser não apenas um, mas infinitos.
E o maior exemplo disso é o Apocalipse de Jesus, que mostra a existência do fim de um mundo, não o fim absoluto do mundo. E, esse mundo que acabará, aprendemos na Religião do Novo Mandamento de Jesus(4), Religião do Amor Universal, ser o mundo da maldade, empecilho nada prático que nos acorrenta na ignorância da ciência total do Universo.
Ao passo que caminharmos na direção do Amor de Deus, novas perspectivas de Verdade e Vida nos serão descortinadas. Pense nisso!
(continua)
__________________________________________
*Bacharel em física pela Unicamp, Universidade Estadual de Campinas e livre-docente do IEJPN, Instituto de Educação José de Paiva Netto, de São Paulo-SP.
1- Conceito divulgado pelo físico alemão Albert Einstein onde evidencia o tempo como uma dimensão acrescida das 3 dimensões espaciais.
2- Ave mitológica presente em diversas culturas e tradições sendo mais conhecida na grega. Possuía um ciclo de vida de 500 a 1000 anos e quando chegava próximo de sua morte, montava um ninho que se consumia em fogo juntamente com seu corpo. Após isso, a partir de suas cinzas, retornava a existir num novo corpo jovem. A analogia que remeto ao pensar num corpo que se rejuvenescesse em idade avançada.
3- Embora entendamos que a falta de atmosfera na lua é que permite a ação de impactos que na Terra não seriam sentidos.
4- Entidade religiosa cristã, idealizada na década de 1940 pelo saudoso poeta e ativista social Alziro Zarur, e que vem crescendo ano após ano sob a presidência do escritor Paiva Netto, no incentivo às ações de educação e cultura, saúde e trabalho com espiritualidade ecumênica, tendo como fundamento a Palavra de Deus; e os meios de comunicação (a mídia em geral) são usados como elementos de multiplicação dessa ideia.