"O medo não é um bom professor"

30/05/2013 17:32

Quem nunca sentiu medo?

 

                Na infância essa sensação de desconforto, principalmente no lidar com o desconhecido, é ainda mais comum.

 

            O psicólogo clínico com mestrado na Universidade do Estado de São Paulo (USP) e professor universitário dr. Alexandre Rivero conta que tal sentimento busca nos proteger dos perigos e sinalizar com a ansiedade, por exemplo, a presença da adrenalina. Nas crianças, o motivo para esse temor pode ser "uma interpretação errônea da realidade".

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dr. Alexandre Rivero

            Mas até que ponto esse medo as protege? De acordo com o especialista, quando os atos do cotidianos se tornam difíceis, o sinal de alerta deve ser dado.

 

            "Quando a manifestação do medo gera uma insegurança, a criança começa a perder a confiança em si mesma. Nessa hora os pais têm que ajudar a modificar essa interpretação", pontua.
 

            Um método citado pelo especialista para ajudar os pequenos a vencer seus receios é colocá-los frente a frente com eles, mas de forma gradativa, sempre acompanhados por alguém em quem confiem, e não descarta a colaboração de um médico especialista.

 

            Contudo, Rivero adverte que se caso o medo não seja vencido em família,"pode surgir um trauma, que também deve ser trabalhado com a ajuda do profissional escolhido pelos pais, porque é com vontade e determinação em qualquer fase da vida, que precisamos ajudar a pessoa a enfrentar os seus medos, dar condições a ela para confiar naqueles que se colocam a disposição para ajudá-la na superação do desafio".
 

            Por fim, o psicólogo reitera que embora não seja tarefa fácil, encarar a situação e superá-la é essencial tanto na infância, na adolescência, quanto na fase adulta.

 

            "Na hora em que você se determina a enfrentar o medo, é natural que a ansiedade aumenta, o coração dispara, você pode tremer um pouquinho. Mas obedecendo as orientações seguras de quem você confiou a tarefa de lhe ajudar, o que acontece depois? Quando acaba a exposição, você aprende a lidar com aquilo, se transforma, é uma pessoa vitoriosa. Amanhã, quando se expor ao que temia com certeza estará melhor preparada", finaliza.
 

Como lidar com os medos?

 

            O título desta matéria já sinaliza bem a questão: "O medo não é bom professor para nos ensinar a vencer coisa alguma" Você se recorda ter ouvido semelhante coisa na infância? Hoje em dia seus filhos, possivelmente, sim, porque os métodos de ensino aplicados nas boas escolas e na educação em geral evoluíram bastante. 

 

            E dos mais velhos esta outra aqui: "Se você não fizer isso, o bicho papão vai te pegar!. Esta afirmação muita criança já ouviu quando exagerava na bagunça em casa.

 

            Hoje em dia, quase já não se escuta ou se fala dessa última forma aqui colocada; mas até há algum tempo ela era muito comum entre os pais, os avós, que tentavam disciplinar seus filhos e netos pelo medo do desconhecido.

 

            Mas será que os métodos de convencimento que se fundamentam na ameaça, na agressão e na ansiedade ainda funcionam?

 

            Eles realmente contribuem para a formação dos nossos filhos e dos filhos de outros pais?

 

            E, mesmo que tenham resultados, as consequências negativas (como o ressentimento, a dor, a incompreensão que se manifestam na fase adulta) valem a pena ou podem causar um efeito contrário à educação para a vida?
           

            O educador José de Paiva Netto, em seu livro (1)Apocalipse Sem Medoresponde a essa questão no capítulo "Medo versus sobrevivência". Mas é em outra publicação sua, Reflexões e Pensamentos (um livro de bolso), no capítulo "Instrução e Educação" que balizamos esse tema.

 

            Mesmo as crianças pequenas aos olhos do Criador, toda humanidade tem livre arbítrio... Deus o respeita. Entretanto, a vigilância dos pai e da mãe é irrenunciável; tanto que a falta da família ou sua cisão, cria revolta e medo nas crianças e adolescentes, afetando-lhes seriamente o futuro.

 

            Tantas exigências sociais provocadas pelos modelos econômicos que forçam os pais a saírem de casa muito cedo em busca de sustento da família, o aumento dos divórcios de casais com filhos, têm provocado terríveis desequilíbrios na gente moça, que inevitavelmente se reflete na problemática social já observada em todo o mundo. 

 

            Reconhecemos que tudo deve evoluir para o que for realmente melhor para todos, para todos mesmo, e não para este ou aquele indivíduo ou grupo isolado, quase sempre esquecido que habita um condomínio chamado Planeta Terra, onde todos devemos nos entender fraternal e civilizadamente.

 

            Quem nunca assistiu a olhos vistos ou através da mídia manifestações de ódio como se fora por equidade, baderna à pretexto de liberdade, ressentimentos, e gente maculando a própria existência numa afronta à sua condição de ser humana?

 

            Sim, "a escola é imprescindível, e tem de ser quantitativamente ampliada ao infinito e qualitativamente elevada à enésima potência. Mas, não substitui o Lar"

 

"A estabilidade do mundo

começa no coração da criança"

 

            Os pequeninos confiam nos pais, na vigilância e experiência dos avós; eles não se preocupam com o preço do feijão e do arroz, se falta feijão ou se falta arroz, se tem gente fazendo greve por melhores salários, se o mundo é beligerante como sempre está. Seus olhares e seus corações focam na figura do papai e da mamãe.

 

            Não se deve temer esse olhar de admiração das crianças. Não há super-herói midiático capaz de rivalizar com pais sinceramente focados no respeito e na ajuda aos seus filhos. O mau comportamento coletivo das pessoas desatentas, isto sim é que pode causar temor, que se espalha, ardendo como fogo sobre a vegetação seca do caminho.

 

            O que os pequeninos querem é imitar os seus heróis (os genitores ou responsáveis), porque assim o mundo hostil não os afeta, não tira deles o direito de serem crianças, de se alimentar, de estudar, de brincar e fazer bons amigos, de se desenvolver acertadamente com saúde rumo a um futuro seguro que elas mesmas construirão lá na frente com a educação e a cultura que receberam dos adultos nos quais sempre confiaram.

 

            E, de fato, "a estabilidade do mundo começa no coração da criança. O medonão é bom professor para ensinar coisa alguma. O diálogo firmado na confiança e no respeito mútuo é chave para fazer surgir a disciplina e a harmonia na convivência entre pais e filhos dentro e fora de casa". E prossegue o educador Paiva Netto:


            "O que estou propondo, não é falta de energia para a educação da criança que, como qualquer Ser Humano, precisa de disciplina e limite — que, inclusive, quando não estão claros, fazem com que a criança às vezes venha a testar o adulto até que ele, por sua vez, os apresente.

 

            Aqui também não se alude ao zelo com que os pais cuidam dos seus filhos: 'não corra, você vai cair', 'não pula daí de cima'. A criança em seu desenvolvimento já tem alguns comportamentos que revelam prudência, que são naturais e importantes para preservação de seu próprio bem-estar. E são importantes porque de certa forma servem para impedir que elas se firam ou entrem em situações de risco para a sua própria saúde.

 

            Entretanto, quanto mais jovem a pessoa, menos conhecimento tem sobre quais são os perigos reais de cada situação, daí a necessidade da atenção e do preparo dos familiares para apoiá-la nessas circunstâncias.

 

Instrução e Educação

 página 43 em diante do livro de bolso Pensamentos e Reflexões, autoria Paiva Netto. –

 

            "Se é difícil trabalhar pela reforma do Ser Humano, com Educação e Instrução, comecemos já! Nesse Terceiro Milênio, apesar do notável progresso material, vivemos um clima de incivilidade de causar inveja ao neanderthal mais convicto; o atraso ainda é imenso.

 

            "Para argumentar, podemos dizer que onde são permitidas melhores condições de existência material aos professores, lhes é negado o direito de pensar, e onde não lhes é vedada a ação de pensar, não lhes é concedido sobreviver decentemente... Em muitos estados brasileiros trabalham corpo docentes sem condições decentes de sobreviver, para ministrar com acerto o seu mister.

 

            "Da classe média para baixo, as mães estão saindo com os seus maridos ou companheiros para aumentar a renda familiar, ou por se terem tornado o cabeça da família, por motivo de separação do casal, por doença do esposo, por viuvez... Isto fatalmente abala os filhos.

 

            "Nas classes mais ricas, certos pais acham que abundância material satisfaz todas as suas necessidades, inclusive a ausência deles. É uma forma de fugir à responsabilidade de criá-los, afetando-os psicologicamente. Eis armado o problema.

 

            "A questão não é, pois, somente social e política. É também humana, moral e espiritual. Sua completa solução encontra-se na esfera do Amor (sinônimo de Deus), que é, como tantas vezes já dissemos, necessidade intrínseca do Ser. Os que restringem as soluções de toda essa situação dramática de grande parte das populações somente ao campo das necessidades físicas erram redondamente.

 

            "Enquanto não prevalecer o ensino eficaz por todos os de bom senso almejado, o Brasil padecerá cativo das limitações que a si próprio se impõe. É ainda um dos males dos administradores públicos que desviam recursos originalmente destinados a educação básica; dos economistas jungidos apenas a cálculos, progressões etc. Será que os pais desses os abandonaram exatamente quando choravam, exigindo suas presenças e seu amor? Talvez a resposta a tanta frieza esteja aí.

 

            "Sim, a escola é imprescindível, e tem de ser quantitativamente ampliada ao infinito e qualitativamente elevada à enésima potência. Mas, não substitui o Lar. Pari passu, o Estado e a sociedade têm de, unidos, gerir soluções para que as famílias criem e eduquem dignamente os seus filhos e netos.

 

            "Entretanto, é fundamental vencer o egoísmo do Estado e da Sociedade. É, pois, imprescindível reeducá-los nas lições de Jesus. Somente assim a criatura humana saberá que a felicidade dos outros significa a sua própria felicidade, conforme trabalho que criei e implantei: a Pedagogia do Amor, do Carinho e do Afeto, aplicada com sucesso em todas as unidades de ensino da Legião da Boa Vontade (LBV) no Brasil e no exterior.

 

            "Sugiro que você tenha sempre à mão o (2)Manual da Pedagogia do Afeto e da Pedagogia do Cidadão Ecumênico; uma excelente ferramenta que criamos para ajudar professores e educadores formais a planejar suas aulas e palestras. Vale a pena você conhecer este trabalho elogiado por respeitáveis autoridades em educação no Brasil e no exterior".

 

Não há razão para temer,

seja o que for.

 

            É preciso trabalhar sempre as situações reais que implicam no medo.

 

            Para ilustrar, um exemplo: não comer é um problema, não por causa do bicho papão ou do lobisomem, mas porque a criança não vai ter energia suficiente pra brincar, para estudar e se desenvolver.

 

            Ao esclarecer dessa forma, as crianças terão assim a compreensão dos motivos que levaram à decisão dos seus responsáveis. É preciso explicar as consequências, pois, se bem colocadas com exemplos concretos e próximos ao cotidiano e linguagem acessível, ela irá apreender a lição.

 

            A Pedagogia do Afeto –– enfoque da Legião da Boa Vontade sobre as crianças com até 10 anos de idade, une sentimento ao desenvolvimento cognitivo dos pequenos, de forma que carinho e afeto permeiem todo o conhecimento e os ambientes de suas vidas, incluído o escolar –– acredita que a conversa franca e constante dos pais ou responsáveis com a criança, bem como o diálogo sincero, ajudam os pequenos a perceber melhor a situação que estão vivenciando.

 

            O educador –– genitor, responsável, professor –– precisa contribuir para que a infância seja tranquila e não potencializada pelo temor, visto que isso pode –– como já podemos entender pela análise aqui apresentada –– acarretar consequências negativas no futuro das crianças, tais como as dificuldades em tomar decisões e a rejeição ao desconhecido, por exemplo.

 

            Alguns pesquisadores afirmam que o ato de bater, dar palmadas, pode reforçar para meninos e meninas a crença de que o mais forte fisicamente sempre domina o mais fraco.

 

            Parlamentares brasileiros se anteciparam, aprovaram lei para coibir essa prática nociva, como a polêmica "Lei da Palmada". Criança que apanha, leva à repetição de gestos de agressão e a uma compreensão de que apenas com violência é possível se fazer entender e atender. Daí a importância de se reeducar até mesmo os educadores, de modo que ensinem aos pequenos com Amor a viver com responsabilidade e bom-senso em todas as circunstâncias da vida.
           

            Noutro livro seu, (3)É Urgente Reeducar!, Paiva Netto afirma que não hánada mais pedagógico do que o Amor Fraterno, conquanto enérgico e justo. Naturalmente, o Amor não pode ser confundido com conivência no erro, pois existem aqueles que consideram que amar é concordar com tudo, não importando que esteja errado. Amar é justamente o contrário, mas sabendo-se com generosidade, corrigir a pessoa em seu equívoco, mesmo que com ponderado rigor.

 

            E o autor tem toda razão nisso.

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Apocalipse sem medo; adquira este e outros títulos no site: https://www.clubeculturadepaz.com.br/

 

É urgente reeducar! Ao Coração de Deus Reflexões da Alma Como Vencer o Sofrimento Sabedoria de Vida

'É urgente Reeducar!'    'Ao coração de Deus'    'Reflexões da Alma' 

'Como Vencer o Sofrimento'     'Sabedoria de Vida'

 

2 Manual da Pedagogia do Afeto e da Pedagogia do Cidadão Ecumênicoadquira pelo telefone: 0300 1007 940 (custo de uma ligação local + impostos).

 

3 Saiba mais sobre o tema acessando o site: https://www.iejpn.com.br/