Amar é uma Oração

03/03/2014 22:32

            *É necessário que toda pessoa entenda que a prece, a reza, a oração, a meditação não é o refúgio dos covardes nem dos ociosos. Ela nos eleva, o trabalho nos realiza.

 

            O Papa reza, o Dalai-Lama medita, Chico Xavier orava, os rabinos entoam suas súplicas, os evangélicos cantam seus louvores a Deus, os islâmicos recitam o Corão Sagrado... O que é a prece, a reza, a oração, a meditação senão o Amor que se dispõe para grandes feitos? Um irmão ateu, quando medita e pratica um ato que beneficia a coletividade, está orando, você sabia?

 

            No meu livro: "Crônicas e Entrevistas", lançamento publicado no ano 2000 pela Editora Elevação, e que você pode adquirir exemplares pelo site: www.clubeculturadepaz.com.br, escrevi que fazer prece, rezar, orar e meditar se assemelham.

 

            Veja no exemplo da Páscoa a tocante demonstração de que os mortos não morrem. Não obstante crucificado, na Sua Ressurreição, Jesus, o Cristo Ecumênico, proclamou aos quatro cantos do mundo que a Vida é eterna:  

 

            "21. E disse O Cristo a outro de seus discípulos: Segue-me!  Mas ele respondeu: Senhor, permite que primeiramente eu vá sepultar o meu pai. 22. O Mestre Divino, porém, lhe observou: Deixa aos mortos sepultar os seus mortos. Porém tu vai e anuncia o reino de Deus"  (Mateus 8:21,22 e Lucas 9: 59,60). "27. Ora, Deus não é deus de mortos, mas, sim, de vivos. Por não crerdes nisso, errais muito" (Marcos 12:27). E essa indelével Mensagem da Cruz registrada no Evangelho, nos faz buscar sempre renovadas forças na prece, na reza, na oração, na meditação. 

 

            Rezar não é, portanto, uma ação simplesmente figurativa. É o mais forte instrumental que a essência humana, o Capital Divino, possui para elevar-se à sua morada de origem, o Mundo Espiritual.

 

            O monge alemão Tomás de Kempis (1380-1471) grafou, em "Imitação de Cristo"Sublime é a arte de conversar com Deus. O que você está esperanto então? Não existe hora, não existe lugar ou circunstância. Sentiu vontade? Eleve sua mente ao sublimado céu, e em pensamento faça a sua prece, a sua reza, a sua oração, a sua meditação. Todo mundo pode fazer sem com isso interferir na atividade que você esteja executando no momento.

 

            Quantas vezes eu oro conversando com outra pessoa e ela nem percebe que eu estou rezando? Quantas vezes eu estou atento, dirigindo o meu automóvel, no trânsito, e meu coração está elevado ao meu Anjo da Guarda? Fazendo cálculos matemáticos complicados, e mesmo assim eu continuo suplicando o apoio do meu Santo Protetor? Ora, quem pode me impedir de falar com Deus? Ninguém. Só eu e Ele unidos pelo mais elevado pensamento. É assim que funciona. O Pai Celestial só exige uma coisa de nós: a vontade decidida de corrigirmo-nos e vencer os desafios do cotidiano sob a inspiração fiel Dele.
 

E por que oramos?
 

            Nestes tempos de mundialização, em que muitas fronteiras caem preferentemente sobre as cabeças das populações mais pobres, as pessoas procuram um rumo seguro para a existência, regida por forças discrepantes. Nem sempre é o melhor de todos o destino que lhes oferecem. E a História se repete no somatório de enganos que podem desembocar num movimento incontrolável de massas como as que assistimos hoje.

 

           Ora, as nações também vomitam a crueldade que lhes invade a alma, principalmente a inoculada pela mídia.

            As nações buscam, então, alento para suas dores na violência ou no Invisível. Oramos porque queremos entender o que se passa dentro de nós e à nossa volta; porque queremos paz na alma e no coração; porque lá no fundo sabemos que tudo tem um propósito certo, e buscamos saber quem somos e o que estamos fazendo neste mundo.

 

            No entanto, como diversos se acostumaram a uma visão restritiva do Poder Espiritual, muita vez erguem sua prece, reza, oração, meditação a um deus antropomórfico (um deus humano, cheio de defeitos, de imperfeições), que não lhes responde, pois nem existe. E aí se frustram. 

 

            Lembra disto, sempre: "23. Mas vem a hora, e é agora, que os verdadeiros adoradores, adorarão o Pai em espírito e em verdade; são estes que o Pai procura para seus adoradores. 24. Deus é Espírito, e importa que os seus adoradores O adorem em espírito e em verdade" (João 4:23,24).

           Creio que até Marx proferiria a oração, como poderosa ferramenta psíquica para o fortalecimento da mente e fator de estabilidade ante os dramas pessoais e familiares, que todos enfrentamos. Apesar da convicção de alguns, o criador do marxismo também era Ser Humano, a seu modo preocupado com os problemas sociais. Certamente, o polêmico autor de "O Capital" meditava acerca de seus ideais. Sabendo ou não, de certa forma fazia prece, rezava, orava, meditava, com certeza.

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